Meu sarcasmo está tímido hoje. Estou, diríamos, indignada mesmo. Ele está um tanto vesgo e embaçado após ler uma reportagem no jornal de hoje sobre o menino morto em Fevereiro.
“João Hélio: quatro meses depois, dor não cessa”.
Nem quatro meses depois e nem daqui a mil anos essa dor cessará, concordam? A mãe diz na reportagem que tenta não cultivar sentimentos ruins. Mas eu particularmente acho que a mídia não deixa ela se lembrar do filho como uma criança feliz; a mídia teima em resgatar as imagens do menino sendo arrastado, das manifestações, da revolta da população. Não foi feito luto, não foram choradas lágrimas de saudade ainda. Quatro meses depois e é só revolta, massificação da notícia.
João Hélio era um menino saudável que foi morto pela arma do desespero. A execução do crime foi idiota, quase atrapalhado, estabanado. Não existiu tática, nem tampouco, premeditação. O menino ficou preso no cinto circunstancialmente e pelo desespero da fuga, arrastado por vários quarteirões. Um crime ridículo se não fosse cruel. Alguns dos assassinos também são meninos e por isso, não foram julgados.
Quatro meses depois, a sociedade ainda chora, a mãe chora, a família chora e até eu chorei. A família transformou essa dor em luta e segue seus dias assim, sofrendo e lembrando do que aconteceu todo santo dia na esperança de que algo seja feito.
Normalmente tento ser positiva e cultivar a esperança de que tudo vai dar certo. Mas tenho visto tanta coisa que acabei ficando um pouco descrente. E sinceramente, eu duvido muito que as pessoas que poderiam fazer justiça nesse caso, encostem suas cabeças em seus travesseiros e percam seu sono por causa do filho de outrem. Provavelmente, explicam a seus pequeninos na hora de lhe cobrirem para dormir: “Dorme, filhinha, esse menininho agora virou um anjinho” e ponto final.
Eu sei! Eu Sei! É por pensamentos como estes meus que o Brasil não vai pra frente. Ora bolas, mania de culparmos uns aos outros pela desgraça do mundo. A minha parte eu faço: eu voto e por isso sim, a culpa é minha também. Uma andorinha não faz verão, mas várias no Congresso, na Câmara e na Presidência, talvez.
“Quatro meses e a dor não cessa”. Nem em quatro e nem em um zilhão de meses cessará. Por isso, eu cultivaria a saudade e não a revolta. Ainda vamos ler muito essa manchete...
“João Hélio: quatro meses depois, dor não cessa”.
Nem quatro meses depois e nem daqui a mil anos essa dor cessará, concordam? A mãe diz na reportagem que tenta não cultivar sentimentos ruins. Mas eu particularmente acho que a mídia não deixa ela se lembrar do filho como uma criança feliz; a mídia teima em resgatar as imagens do menino sendo arrastado, das manifestações, da revolta da população. Não foi feito luto, não foram choradas lágrimas de saudade ainda. Quatro meses depois e é só revolta, massificação da notícia.
João Hélio era um menino saudável que foi morto pela arma do desespero. A execução do crime foi idiota, quase atrapalhado, estabanado. Não existiu tática, nem tampouco, premeditação. O menino ficou preso no cinto circunstancialmente e pelo desespero da fuga, arrastado por vários quarteirões. Um crime ridículo se não fosse cruel. Alguns dos assassinos também são meninos e por isso, não foram julgados.
Quatro meses depois, a sociedade ainda chora, a mãe chora, a família chora e até eu chorei. A família transformou essa dor em luta e segue seus dias assim, sofrendo e lembrando do que aconteceu todo santo dia na esperança de que algo seja feito.
Normalmente tento ser positiva e cultivar a esperança de que tudo vai dar certo. Mas tenho visto tanta coisa que acabei ficando um pouco descrente. E sinceramente, eu duvido muito que as pessoas que poderiam fazer justiça nesse caso, encostem suas cabeças em seus travesseiros e percam seu sono por causa do filho de outrem. Provavelmente, explicam a seus pequeninos na hora de lhe cobrirem para dormir: “Dorme, filhinha, esse menininho agora virou um anjinho” e ponto final.
Eu sei! Eu Sei! É por pensamentos como estes meus que o Brasil não vai pra frente. Ora bolas, mania de culparmos uns aos outros pela desgraça do mundo. A minha parte eu faço: eu voto e por isso sim, a culpa é minha também. Uma andorinha não faz verão, mas várias no Congresso, na Câmara e na Presidência, talvez.
“Quatro meses e a dor não cessa”. Nem em quatro e nem em um zilhão de meses cessará. Por isso, eu cultivaria a saudade e não a revolta. Ainda vamos ler muito essa manchete...