Chico Buarque diz que a nata da malandragem não existe mais. Ele se refere aos antigos malandros, de sutil irreverência debaixo de um chapéu e calça de linho bem cortada. Aquele irresistível malandro da boemia e do samba, da sagacidade na dureza da vida, no papo furado cheio de prosopopéia.
Concordo, Chico. Sinceramente, eu tento enxergar nas mulheres e homens da atualidade esse perfil das antigas. Mas a camisa listrada foi abandonada, dando lugar a qualquer coisa que lhes dê uma identidade ou que possa ser usado como artifício para o approach. O malandro contemporâneo entende de moda e conhece de escova até luzes. Guardou o machismo para seus discursos feministas e a malandrinha agora discorre sobre os maus-homens, se fazendo de vítima do universo das relações.
A malandragem é cheia de pá-de-lá e pá-de-cá e, no fim, ela recebe o olhar atravessado de quem lhe parece dizer, com um risinho de canto de boca, um ressonante “Fala sério! Alguém acredita nisso?”. Fica nesse jogo onde um finge que é verdade e o outro finge que acredita, e assim vão se divertindo. Tanto homens quanto mulheres, ativam seus radares para a famosa conversa fiada, mas, parece que inflar o ego ainda conta pontos na hora de decidir ficar ou ir embora.
Buscando a concretude de uma declaração que não culmine em um coração partido ou no descrédito, melhor talvez seja, recorrer ao “Eu te amo” do nosso Buarque revestido de paixão e intensidade. Meio um mela cueca desesperado, porém, sólido, consistente e seguro.
Fomos doutrinados pela velha guarda da malandragem, muito antes de Chico noticiar seu sumiço em “Homenagem ao malandro”. Deles, agradecemos a sacanagem inocente recebida de herança, e o borogodó emprestado ao que hoje nos parece insosso.
A mim, portanto, resta a lição deixada por Bezerra da Silva como aviso aos navegantes, porque os malandros contemporâneos tentam, se desdobram para resgatar aquele charme clássico da malandragem, mas, como dizia esse grande sambista: malandro é malandro e mané é mané.
Concordo, Chico. Sinceramente, eu tento enxergar nas mulheres e homens da atualidade esse perfil das antigas. Mas a camisa listrada foi abandonada, dando lugar a qualquer coisa que lhes dê uma identidade ou que possa ser usado como artifício para o approach. O malandro contemporâneo entende de moda e conhece de escova até luzes. Guardou o machismo para seus discursos feministas e a malandrinha agora discorre sobre os maus-homens, se fazendo de vítima do universo das relações.
A malandragem é cheia de pá-de-lá e pá-de-cá e, no fim, ela recebe o olhar atravessado de quem lhe parece dizer, com um risinho de canto de boca, um ressonante “Fala sério! Alguém acredita nisso?”. Fica nesse jogo onde um finge que é verdade e o outro finge que acredita, e assim vão se divertindo. Tanto homens quanto mulheres, ativam seus radares para a famosa conversa fiada, mas, parece que inflar o ego ainda conta pontos na hora de decidir ficar ou ir embora.
Buscando a concretude de uma declaração que não culmine em um coração partido ou no descrédito, melhor talvez seja, recorrer ao “Eu te amo” do nosso Buarque revestido de paixão e intensidade. Meio um mela cueca desesperado, porém, sólido, consistente e seguro.
Fomos doutrinados pela velha guarda da malandragem, muito antes de Chico noticiar seu sumiço em “Homenagem ao malandro”. Deles, agradecemos a sacanagem inocente recebida de herança, e o borogodó emprestado ao que hoje nos parece insosso.
A mim, portanto, resta a lição deixada por Bezerra da Silva como aviso aos navegantes, porque os malandros contemporâneos tentam, se desdobram para resgatar aquele charme clássico da malandragem, mas, como dizia esse grande sambista: malandro é malandro e mané é mané.
6 comentários:
Caramba, eu ja disse que você poderia escrever um livro?
Milhares de vezes né, poxa você arrebenta Lu, realmente não exitem mais os malandros da velha e boa boemia, aqueles que você passava e ele dizia com cigarrinho de palha no cantinho da boca: " Boa noite princesa", no maior dos galanteios. A julgar pelos ritmos de hoje, que deram lugar ao tradicionalissímo samba de raiz, a mulher é abordada como gostosa, cachorrona, sem o menor dos galanteios...
To contigo e com Chico!
Oiee prima!
muito legal seu blog...
eu tb tinha um...
mas ele tah mt desatualizado...
espero o livro tb!
Beijos
Lucia!!!!!
confesso estar maravilhado com a sua desenvoltura para escrever. lembrei quando vc me mostrou alguns poemas e eu percebi que ali havia algo mais do que o "normal".
embora o título do blog possa remeter a algo circunstancial que todo "olhar cotidiano" carrega, o seu texto ultrapassa essa circunstancialidade para inscrever-se como Literatura, com L maiúsculo.
Se antes de ver este blog eu já estava feliz de tê-la reencontrado virtualmente, depois de passear por ele a minha alegria se redobra e fico ansioso por encontrá-la ao vivo e colorida!
um grande beijo!
Lindinha! Quanto maiseu leio mais eu gosto! bjs gracinha
eu sou fã, né?
de você e de Chico, tô com vocês e não abro, mas eu ainda aposto no meu approach
hahahahahaah
beijos!
Lú,
Pode até ter sido sim Chico um boêmio burguês, mas também não dá pra negar o poeta que ele é. Da malandragem restou hoje tão somente os manés.. falo isso pq na Lapa vemos incansavelemte apenas modelos de burgueses boemios, ou vice-versa. Há um grau de hipocrisia que acompanha a todos, e eu disse todos. Críticas e elogios são sempre bem vindos... mas quanto aos novos malandros manés, confesso que temos feito um trabalho de campo arrebatador... Você é uma menina que diz o que pensa, com uma sutileza nunca dispensada. Linda, parabéns pelo o escreve e pelo direito q tem de expor. faça-o sempre!
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